Em quem crer depois de Auschwitz?
Em quem crer depois de Auschwitz?
Em quem se deve crer depois de Auschwitz, senão em Deus?” Jürgen Moltmann
No final de 2008, o famoso teólogo e autor Jürgen Moltmann visitou o Brasil. Ele é considerado o pai da Teologia da Esperança, influenciando protestantes e católicos há mais de quatro décadas. Por ter sobrevivido aos campos de concentração da 2ª Guerra Mundial, sua citação está totalmente contextualizada, não sendo uma expressão meramente retórica.
Um paralelo desse argumento me foi apresentado por Ariovaldo Ramos.
No final de 2008, o famoso teólogo e autor Jürgen Moltmann visitou o Brasil. Ele é considerado o pai da Teologia da Esperança, influenciando protestantes e católicos há mais de quatro décadas. Por ter sobrevivido aos campos de concentração da 2ª Guerra Mundial, sua citação está totalmente contextualizada, não sendo uma expressão meramente retórica.
Um paralelo desse argumento me foi apresentado por Ariovaldo Ramos.
"Quando alguém me pergunta: como pode existir um Deus, se o mundo tem maldade? Eu respondo: exatamente porque essa maldade não toma conta de tudo, é que creio que Deus existe.”
Não é que um exista para justificar o outro, mas a presença do mal, a começar no coração do homem, é uma evidência clara e patente de nossa perdição.
Não é que um exista para justificar o outro, mas a presença do mal, a começar no coração do homem, é uma evidência clara e patente de nossa perdição.
E mesmo para os céticos e ateus, é impossível negar sua existência.
Se tivesse uma só, pequena e minúscula luz, nesta imensa escuridão, que me desse um sinal de que há uma resposta, um sentido, um grão de esperança – colocado no coração do homem ... eu acreditaria em Deus.”
O aperto no coração do filósofo o angustiava. Diante das certezas de tudo incerto e caótico, já não sabia ao certo a razão de viver. Seu muito estudar só havia lhe dado mais desesperança e descrença.
Eis que uma singela história lhe vem como que resposta de uma oração sincera, porém não intencionada.
O relato de Le Chambom-sur-Lignon o pegou desacautelado. Era uma notícia comemorando os 30 anos da vitória aliada sobre o Nazismo. E lá estava num pequeno Box, ocupando parte da página da direita a foto do vilarejo e o resumo de uma incrível e surpreendente saga de bondade perpetuada por homens e mulheres comuns, porém de um heroísmo ímpar.
Essa comunidade no centro sul da França, predominantemente de linhagem dos huguenotes, tomou forma em 1787, quando o Édito de Tolerância assinado por Luís XVI, devolvia aos cidadãos franceses protestantes (no caso, os huguenotes) os direitos civis plenos. Acostumados a ouvir as histórias de perseguição em razão de sua fé, cada geração absorvia o drama como que encarnando o sentido do amor e da bondade. Entendiam esses franceses diferentes, qual o valor da solidariedade e o peso da cumplicidade em prol dos mais fracos.
Após a invasão nazista, e iniciando-se a perseguição e prisão de judeus, também em território francês, esse vilarejo veio se transformar em palco de uma das mais extraordinárias histórias de resgate e bondade humana.
Cerca de cinco mil crianças e jovens judeus foram acomodados e escondidos em casas e fazendas ao longo desse território abençoado. A polícia de colaboração e a força SS Nazista frustravam-se em tentativas de flagrar e aprisionar tanto os da população local como os judeus acolhidos. Com um bem azeitado sistema de alarme, as crianças eram escondidas na mata, e só retornavam a seus abrigos quando os locais, livres da batida militar, passavam a entoar hinos de vitória e louvor. Dentre os mártires de Le Chambom estava Daniel Trocmé, que foi preso e morto. Essa grande odisséia durou quase 3 anos, de 1942 a fins de 44, quando finalmente essa parte da França foi libertada pelas tropas aliadas.
Impactado pelo relato, e sedento por entender os motivos e a consistência da coragem desses heróis, o filósofo se pôs em leituras e pesquisas, a perseguir o fio da meada, até chegar ao extremo do novelo. Amarrado em um poste de madeira, ele ergue seus olhos e se vê joelhado diante da Cruz!
Se tivesse uma só, pequena e minúscula luz, nesta imensa escuridão, que me desse um sinal de que há uma resposta, um sentido, um grão de esperança – colocado no coração do homem ... eu acreditaria em Deus.”
O aperto no coração do filósofo o angustiava. Diante das certezas de tudo incerto e caótico, já não sabia ao certo a razão de viver. Seu muito estudar só havia lhe dado mais desesperança e descrença.
Eis que uma singela história lhe vem como que resposta de uma oração sincera, porém não intencionada.
O relato de Le Chambom-sur-Lignon o pegou desacautelado. Era uma notícia comemorando os 30 anos da vitória aliada sobre o Nazismo. E lá estava num pequeno Box, ocupando parte da página da direita a foto do vilarejo e o resumo de uma incrível e surpreendente saga de bondade perpetuada por homens e mulheres comuns, porém de um heroísmo ímpar.
Essa comunidade no centro sul da França, predominantemente de linhagem dos huguenotes, tomou forma em 1787, quando o Édito de Tolerância assinado por Luís XVI, devolvia aos cidadãos franceses protestantes (no caso, os huguenotes) os direitos civis plenos. Acostumados a ouvir as histórias de perseguição em razão de sua fé, cada geração absorvia o drama como que encarnando o sentido do amor e da bondade. Entendiam esses franceses diferentes, qual o valor da solidariedade e o peso da cumplicidade em prol dos mais fracos.
Após a invasão nazista, e iniciando-se a perseguição e prisão de judeus, também em território francês, esse vilarejo veio se transformar em palco de uma das mais extraordinárias histórias de resgate e bondade humana.
Cerca de cinco mil crianças e jovens judeus foram acomodados e escondidos em casas e fazendas ao longo desse território abençoado. A polícia de colaboração e a força SS Nazista frustravam-se em tentativas de flagrar e aprisionar tanto os da população local como os judeus acolhidos. Com um bem azeitado sistema de alarme, as crianças eram escondidas na mata, e só retornavam a seus abrigos quando os locais, livres da batida militar, passavam a entoar hinos de vitória e louvor. Dentre os mártires de Le Chambom estava Daniel Trocmé, que foi preso e morto. Essa grande odisséia durou quase 3 anos, de 1942 a fins de 44, quando finalmente essa parte da França foi libertada pelas tropas aliadas.
Impactado pelo relato, e sedento por entender os motivos e a consistência da coragem desses heróis, o filósofo se pôs em leituras e pesquisas, a perseguir o fio da meada, até chegar ao extremo do novelo. Amarrado em um poste de madeira, ele ergue seus olhos e se vê joelhado diante da Cruz!
Volney Faustini – Autor, blogueiro e consultor de empresas com foco em Inovação e Tecnologia. Foi o editor da Revista Kerigma, tendo atuado em diferentes ministérios de alcance nacional. Atualmente, congrega na Igreja Batista da Água Branca
Retirado do site Cristianismocriativo
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