A “mãe preta” de Benjamin Button
por Carlos Bezerra Jr
Entre todas as alegorias interessantes do filme O Curioso Caso de Benjamin Button, a da personagem Quenie, a mulher que acolhe Button quando ainda era um bebê-ancião, uma aberração da natureza, foi a que mais me chamou atenção. Para mim, Quenie (interpretada com competência pela atriz Taraji P. Henson) é a representação de Deus no excelente filme de David Fincher.
Quenie é a empregada de um asilo na porta do qual o pobre Button é abandonado. Durante todo o filme, a despeito da sua particularidade de nascer velho e morrer criança, das aventuras, de tudo, ela simplesmente o acolhe. A mãe adotiva é o porto seguro daquele homem, para onde ele sempre retorna.
Quenie é uma daquelas irmãs evangélicas encontradas apenas em periferias, seja em São Paulo ou em Nova Orleans. Pentecostal até a medula, ela não tem vida própria. Vive para os outros. Acolhe a quem quer que seja e não permite que zombem dos que estão debaixo das suas asas.
Curiosamente, também no best-seller “A Cabana”, de William P. Young, a representação de Deus na história é feita com a imagem de uma senhora negra acolhedora. O livro conta a história de um homem que perde a filha sequestrada, e que, de forma sobrenatural, vai parar na cabana que serviu de cativeiro para a criança.
As "mães pretas" já embalaram os filhos da elite do nosso País. Eram escravas que amamentavam na senzala as crianças da casa grande, e que desenvolviam por elas laços de maternidade. Certamente, porque a reserva que tinham de amor era tão abundante quanto a de leite. Por isso, seriam capazes de alimentar a quem tivesse fome, incapazes que são de lançar fora quem as procuram. Ser amado e amar dessa forma é a experiência que mais nos aproxima de Deus, e que mais nos torna humanos.
Fonte: Blog do Autor
Entre todas as alegorias interessantes do filme O Curioso Caso de Benjamin Button, a da personagem Quenie, a mulher que acolhe Button quando ainda era um bebê-ancião, uma aberração da natureza, foi a que mais me chamou atenção. Para mim, Quenie (interpretada com competência pela atriz Taraji P. Henson) é a representação de Deus no excelente filme de David Fincher.
Quenie é a empregada de um asilo na porta do qual o pobre Button é abandonado. Durante todo o filme, a despeito da sua particularidade de nascer velho e morrer criança, das aventuras, de tudo, ela simplesmente o acolhe. A mãe adotiva é o porto seguro daquele homem, para onde ele sempre retorna.
Quenie é uma daquelas irmãs evangélicas encontradas apenas em periferias, seja em São Paulo ou em Nova Orleans. Pentecostal até a medula, ela não tem vida própria. Vive para os outros. Acolhe a quem quer que seja e não permite que zombem dos que estão debaixo das suas asas.
Curiosamente, também no best-seller “A Cabana”, de William P. Young, a representação de Deus na história é feita com a imagem de uma senhora negra acolhedora. O livro conta a história de um homem que perde a filha sequestrada, e que, de forma sobrenatural, vai parar na cabana que serviu de cativeiro para a criança.
As "mães pretas" já embalaram os filhos da elite do nosso País. Eram escravas que amamentavam na senzala as crianças da casa grande, e que desenvolviam por elas laços de maternidade. Certamente, porque a reserva que tinham de amor era tão abundante quanto a de leite. Por isso, seriam capazes de alimentar a quem tivesse fome, incapazes que são de lançar fora quem as procuram. Ser amado e amar dessa forma é a experiência que mais nos aproxima de Deus, e que mais nos torna humanos.
Fonte: Blog do Autor
Pra quem não assistiu ainda fica a dica do filme: O Curioso Caso de Benjamim Button.
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