O ÓLEO ATRATIVO
A FM 98.1, as 15:50, do dia 03de abril, numa terça feira de 2007, anunciava a venda do óleo atrativo a preços módicos. Qual seria a função deste óleo miraculoso? A mulher solitária que desejasse encontrar um companheiro, deveria esfregar algumas gotas desse óleo no entre seio, nas virilhas, atrás da orelha ou, eventualmente, no último enxágue das suas peças íntimas derramar algumas gotas. Homem nenhum resistiria aos seus encantos e ela certamente conseguiria o seu marido, porque o óleo atrativo tem enorme poder de sedução.
No avançar dos números do painel do rádio, mais adiante, uma senhora explicava sobre feitiços quebrados e enraizamentos que poderiam ser todos resolvidos com a recitação fiel, três vezes pela manhã, três vezes pela tarde, três vezes pela noite, da oração que ela enviaria a preço módico. O rádio anuncia, também, os cristais, a pedra da lua, as águas do rio Jordão, a cruz onde há um pouquinho da terra onde Jesus pisou, o óleo feito com a azeitona da terra santa, do lugar do monte das oliveiras.
Esses dias ofereceram-me um amuleto para a defesa, feita de uma pedra encontrada de um itabirito que caiu há 200 anos na Rússia. Segundo eles, os soldados que o usavam escaparam com vida porque a bala não os atingia. Insistam que se eu comprasse, eu nunca seria atingido por uma bala extraviada. Segurei o riso.
A senhora que me vendia o escapulário de Nossa Senhora do Carmo me garantia que continue lendo ... quem usasse o “Agnus Dei” ou aquele escapulário, jamais cairia nas tentações do demônio e também jamais seria vítima de algum tiro. Oferecia-me também, uma cruz e um amuleto contra ataques do coração. Uma emissora de rádio anunciava, anos atrás, um kit de 13 medalhas para preservar todas as partes do corpo contra qualquer interferência do maligno. Numa outra emissora de rádio, alguém anunciava que jogo de búzios ou de tarô poderia ajudar a pessoa a evitar um mal olhado, ou a descobrir o seu futuro.
Divinações, adivinhações, proteções, através desse ou daquele objeto estão na ordem do dia. Conheço, pelo menos, vinte e cinco tipos de cruzes, três delas divulgadas como poderosas e milagrosas para quem usar. Conheço também, rosários eficazes e milagrosos que, segundo quem os vende, se a pessoa rezar durante um mês, terá a salvação da alma garantida e Nossa Senhora virá buscá-lo no dia da sua morte. Não adianta dizer para as pessoas que isso não faz parte da catequese da igreja, e que se trata de bugalhos e não de alhos, de penduricalhos da fé e não de símbolos da fé.
São sinais mal utilizados e com promessas mal feitas e com garantias impossíveis. Não obstante, de nada adianta pedir às pessoas que não acreditem, porque acreditam no que querem e não no que devem. E quem divulga isso também divulga segundo os seus interesses e não segundo a fé da Igreja que, em muitos casos, eles não conhecem por nunca terem lido nem o catecismo nem os documentos da fé.
Já vi, numa dessas minhas viagens, a venda também de um semáforo sagrado, que a pessoa penduraria no peito e, no dia em que a luzinha verde estivesse brilhando, naquele dia ele estaria apto a qualquer coisa porque estaria na graça de Deus. Se a luz verde estivesse ofuscada e aparecesse mais a luz amarela ou a vermelha, naquele dia deveria tomar cuidado. Evidentemente, na hora da compra, a luz estaria verde.
Por que as pessoas vendem? E por que compram tais objetos ou amuletos? É que não apenas querem crer; elas querem ver e, não podendo ver o mistério, agarram-se a verdadeiros e a falsos símbolos e a objetos que alguém lhes garantiu que lhes daria uma resposta. Mas quem garantiu não tinha nenhum conhecimento de teologia ou da fé para oferecer tal promessa.
Era muito esperta aquela senhora que oferecia um milheiro de orações eficacíssimas para conseguir emprego. Mas a condição seria a pessoa pagar os cinqüenta reais do pacotinho e distribuir para mil pessoas. Quando tivesse distribuído para mil pessoas, e as mil pessoas estivessem orando para conseguir emprego, ela conseguiria o seu próprio emprego. Muito esperta ela, porque, no final da oração, toda cheia de erros de português e de conteúdo teológico, estava o endereço dela para quem quisesse mais.
Dizer o quê? Já foi dito e não foi levado a sério. Jesus o disse em Mateus 7,15 a 23 e em Mateus 24,24-26. Disse para não acreditarmos em gente cheia de truques e certezas. Paulo alerta contra tais pregadores na 2 Tm 4,1-5. Não adianta. As pessoas querem ver, cheirar e sentir. Querem o toque e a garantia. E ganham! Mas nem sempre o pacote vem com a verdade! O melhor é buscar a verdade. Demora mais e exige mais, mas traz uma esperança fundamentada. Faz parte da mística da pregação. Sem isso se cai no charlatanismo.
No avançar dos números do painel do rádio, mais adiante, uma senhora explicava sobre feitiços quebrados e enraizamentos que poderiam ser todos resolvidos com a recitação fiel, três vezes pela manhã, três vezes pela tarde, três vezes pela noite, da oração que ela enviaria a preço módico. O rádio anuncia, também, os cristais, a pedra da lua, as águas do rio Jordão, a cruz onde há um pouquinho da terra onde Jesus pisou, o óleo feito com a azeitona da terra santa, do lugar do monte das oliveiras.
Esses dias ofereceram-me um amuleto para a defesa, feita de uma pedra encontrada de um itabirito que caiu há 200 anos na Rússia. Segundo eles, os soldados que o usavam escaparam com vida porque a bala não os atingia. Insistam que se eu comprasse, eu nunca seria atingido por uma bala extraviada. Segurei o riso.
A senhora que me vendia o escapulário de Nossa Senhora do Carmo me garantia que continue lendo ... quem usasse o “Agnus Dei” ou aquele escapulário, jamais cairia nas tentações do demônio e também jamais seria vítima de algum tiro. Oferecia-me também, uma cruz e um amuleto contra ataques do coração. Uma emissora de rádio anunciava, anos atrás, um kit de 13 medalhas para preservar todas as partes do corpo contra qualquer interferência do maligno. Numa outra emissora de rádio, alguém anunciava que jogo de búzios ou de tarô poderia ajudar a pessoa a evitar um mal olhado, ou a descobrir o seu futuro.
Divinações, adivinhações, proteções, através desse ou daquele objeto estão na ordem do dia. Conheço, pelo menos, vinte e cinco tipos de cruzes, três delas divulgadas como poderosas e milagrosas para quem usar. Conheço também, rosários eficazes e milagrosos que, segundo quem os vende, se a pessoa rezar durante um mês, terá a salvação da alma garantida e Nossa Senhora virá buscá-lo no dia da sua morte. Não adianta dizer para as pessoas que isso não faz parte da catequese da igreja, e que se trata de bugalhos e não de alhos, de penduricalhos da fé e não de símbolos da fé.
São sinais mal utilizados e com promessas mal feitas e com garantias impossíveis. Não obstante, de nada adianta pedir às pessoas que não acreditem, porque acreditam no que querem e não no que devem. E quem divulga isso também divulga segundo os seus interesses e não segundo a fé da Igreja que, em muitos casos, eles não conhecem por nunca terem lido nem o catecismo nem os documentos da fé.
Já vi, numa dessas minhas viagens, a venda também de um semáforo sagrado, que a pessoa penduraria no peito e, no dia em que a luzinha verde estivesse brilhando, naquele dia ele estaria apto a qualquer coisa porque estaria na graça de Deus. Se a luz verde estivesse ofuscada e aparecesse mais a luz amarela ou a vermelha, naquele dia deveria tomar cuidado. Evidentemente, na hora da compra, a luz estaria verde.
Por que as pessoas vendem? E por que compram tais objetos ou amuletos? É que não apenas querem crer; elas querem ver e, não podendo ver o mistério, agarram-se a verdadeiros e a falsos símbolos e a objetos que alguém lhes garantiu que lhes daria uma resposta. Mas quem garantiu não tinha nenhum conhecimento de teologia ou da fé para oferecer tal promessa.
Era muito esperta aquela senhora que oferecia um milheiro de orações eficacíssimas para conseguir emprego. Mas a condição seria a pessoa pagar os cinqüenta reais do pacotinho e distribuir para mil pessoas. Quando tivesse distribuído para mil pessoas, e as mil pessoas estivessem orando para conseguir emprego, ela conseguiria o seu próprio emprego. Muito esperta ela, porque, no final da oração, toda cheia de erros de português e de conteúdo teológico, estava o endereço dela para quem quisesse mais.
Dizer o quê? Já foi dito e não foi levado a sério. Jesus o disse em Mateus 7,15 a 23 e em Mateus 24,24-26. Disse para não acreditarmos em gente cheia de truques e certezas. Paulo alerta contra tais pregadores na 2 Tm 4,1-5. Não adianta. As pessoas querem ver, cheirar e sentir. Querem o toque e a garantia. E ganham! Mas nem sempre o pacote vem com a verdade! O melhor é buscar a verdade. Demora mais e exige mais, mas traz uma esperança fundamentada. Faz parte da mística da pregação. Sem isso se cai no charlatanismo.
por: José Fernandes
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